sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Es muss sein!

Olá, Polenteiros

Hoje estou aqui para comentar sobre um livro que terminei de ler esses dias. Chama-se "A Insustentável Leveza do Ser", de Milan Kundera. Acho que eu estava numa vibe meio filosófica e achei esse um bom título. Mas não vou fazer nenhuma resenha. Na verdade, o que me chamou mais atenção foi outra coisa, que comentarei mais adiante.

Vocês podem pensar que sou sovina ou coisa assim devido ao que vou dizer agora mas, acreditem, não se trata disso! Acontece que eu adoro comprar livros em sebos, livros usados, que já pertenceram a alguém. Quanto mais antigo melhor! É mais barato O livro usado contém uma história além da história do título. Não sei se consegui ser muito clara, mas o que quero dizer é que o livro que já foi de outra pessoa chegou a ela de algum modo e, depois, partiu dela para minhas mãos, por algum motivo...

Esse livro que comentei foi adquirido pela minha irmã que também adora livros de sebos e tem uma história fascinante, que aborda a problemática amorosa dos personagens e submete-a a uma análise filosófica, o que, apesar de parecer chato, torna tudo muito mais interessante. Há uma abordagem sobre o Eterno Retorno de Nietzsche,  o positivo e negativo de Parmênides, faz alusão a uma música de Beethoven dela provém o título do post, além de uma profunda reflexão sobre a compaixão humana, que inclusive me inspirou a escrever um conto que oportunamente publicarei para vocês.

Mas, mais que a história, acho que o que me comoveu especialmente foi a dedicatória. Veja bem, essa edição é de 1985, então, pense! Quanta história esse livro já não viveu, por quantas mãos já não foi folheado, por quantas estantes já não passou até chegar à minha?


Esse senhor, o "papai" que fazia 89 anos em 1986, será que chegou a ler o livro? Será que tinha boa saúde, sagacidade? Claro que eu não sei de quem se trata, mas desejo muito que sim, me emociona saber que alguém a essa altura da vida ainda se interesse pela boa leitura. Espero que eu, em meu 89º aniversário, esteja lúcida e ganhe livros como esse de meus filhos e netos, se os tiver. Senão, pode ser dar minhas amigas do baile da terceira idade

Triste saber que se esse livro está comigo é porque "papai" já não está mais entre nós ou teria mais de 115 anos e ninguém ficou com a herança... Mas fico feliz que tenha chegado às minhas mãos, assim, posso sonhar com duas histórias!

Enfim, era isso que queria compartilhar com vocês. Mesmo sem essa dedicatória tão especial, leiam, pois é uma ótima história. Um trecho em particular me tocou muito:

"O acaso tem suas mágicas, a necessidade não. Para que um amor seja inesquecível, é preciso que os acasos se juntem desde o primeiro instante..."
 

3 comentários:

  1. Ai amiga q lindo...achei mto sincero o ultimo trecho

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  2. Sempre gostei de acasos, temperam nossa existência.
    Que tudo seja intenso, que vidas se cruzem, caminhos se unam.
    Que a magica da vida traga perto o que esta longe.
    Muitas historias, muitas vidas!

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